sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Sobre pessoas e seus problemas não resolvidos

    Pessoas complicadas, enjoadas, “cheias de nove horas”, isso tem aos montes por aí e convivemos com elas todos os dias. São maioria (infelizmente). E essa maioria é assim pelos simples fato de que ninguém sabe mais resolver os próprios problemas. Elas criam/sofrem problemas e parece que se esquecem que se ele foi criado, pode ser solucionados, mas ao invés disso, optam por ficar se queixando que a vida não ta fácil pra ninguém e que isso só aconteceu por culpa da Maria, do João, da Zilda, do José, quando tudo que precisam é apenas agir contra o problema.
   Porque é mais fácil pra uma mulher “depressiva” e desesperançosa da vida, colocar a culpa no marido que sempre a tratou mal, do que admitir que chegou nesse estado porque ela permitiu ao invés de fechar os ouvidos pra ele e cortar-lhe as asinhas por assim dizer.
   Problemas, meu caro, eu tenho, o Joaquim tem, a Ernestina tem, a Mariana tem, todos temos. O que nos diferencia é a maneira que vou agir diante da situação. Eu posso ver onde está o erro e tentar soluciona-lo, ou eu posso me acomodar com o problema e colocar a culpa de tal situação em algo ou alguém.
   Voltemos a tomar controle da nossa vida e dos nossos problemas e paremos de jogá-los em cima de A ou B, os seus problemas são causados por vocês mesmo e não por terceiros.
   Se pararmos de resmungar e comerçarmos a fazer o que precisa ser feito, tenho certeza que nossas vidas serão bem menos complicadas, teremos bem menos problemas e você descobrirá que a leveza sempre esteve bem ao seu lado e ainda há tempo pra sorrir.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Songs and Study

Só a vontade basta


  Querer escrever e te faltar palavras. Acontece quando o que você sente no momento é maior que sua vontade de colocar isso no papel (BEM MAIOR). E tem horas que nem a música te ajuda a pensar, por mais boa que seja, você não pensa, apenas sente. Tem horas que o sentimento te transborda e não sai pela tinta da caneta, nem pela boca.  
    Quem me dera poder me sentir desse jeito sempre, mesmo sempre não acontecendo nada. É que às vezes a própria monotonia te faz querer viver, você olha, vê que sua vida anda mais parada que obra de prefeitura e decide que quer mudar isso, e depois que decide, a sensação é ótima, você se sente vivo mesmo não fazendo nada, só a vontade já é o suficiente. Você começa a ouvir músicas e ver que os dias podem ser melhores, menos cinza, mais coloridos. E ai você quer compartilhar isso, mas novamente te faltam palavras...

O Homem; As Viagens



O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.
Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.
O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.

                            Carlos Drummond de Andrade